XXVIII DOMINGO – ANO A
O texto de Isaías que anuncia a salvação messiânica para todos os povos e sob a imagem de um banquete, lauto e farto, introduz-nos na parábola do banquete nupcial do Evangelho, verdadeira metáfora do Reino de Deus consumado.
No contexto da polémica entre Jesus, os chefes dos sacerdotes e anciãos do povo[1], acentuada pelas parábolas dos dois filhos[2] e dos vinhateiros homicidas[3], o Mestre, integrando-se na tradição sapiencial judaica, volta a falar-lhes em parábolas que, no dizer de alguns teólogos, são uma espécie de “conversas à sobremesa”(Trocmé); ou “uma forma refinada de conversa, um tanto irónica com a burguesia acomodada, a qual, sem seguir Jesus, mostrava por ele algum interesse religioso (…) e com esta mentalidade O convidava para tomar refeições em conjunto (Schillebex)”[4]. Como sabemos, Jesus não regateava os convites. Nos Evangelhos, abundam as referências a esta prática de Jesus que talvez seja a mais característica da presença do Reino de Deus: a prática do convívio, a presença frequente em banquetes, a reunião à mesa não só com os seus mas com todo o género de pessoas.
S. João apresenta Jesus dando início ao seu ministério público como convidado para um banquete nupcial em Cana da Galileia[5]. E todos os evangelistas encerram o Seu ministério público – e a sua vida sobre esta terra – com uma ceia de despedida[6].
E se quem o convidava, porventura o fazia em função dos conceitos de custo e benefício como acontece na economia humana onde “não há almoços grátis”, Jesus, dentro da “economia da salvação” via nos convites mais uma oportunidade a não desperdiçar para o desempenho da sua missão e melhor clarificar o sentido do Reino que anunciava. Com a sua palavra e os seus gestos, denunciava a falsidade de um sistema de pureza que fazia acepção de pessoas e vedava o convívio e acesso à salvação a todos aqueles que eram considerados impuros pela lei. Com a sua delicadeza firme e pedagogia adaptada a cada auditório, denunciava a fragilidade dos líderes e do sistema que eles montavam. Rompia com todas as barreiras falsamente erguidas em nome de Deus, seu Pai e, não sem grande escândalo e alarido, anunciava a possibilidade e o direito de todos entrarem na comunidade de salvação, incluindo os estrangeiros, os pobres, os marginalizados e os pecadores pois “não são os que têm saúde que precisam de médico, mas os doentes (…) Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores”[7].
As parábolas contadas por Jesus não são “canções de embalar”. Geram polémica e interpelam de tal forma que o discurso passa da simples informação à provocação existencial. Movendo-se no âmbito do paradoxal, do surpreendente e do não convencional, do chocante e do insensato, provocam sempre uma reacção, positiva ou negativa.
Em linguagem simples e clara, parece que as parábolas viram as coisas ao avesso. Obrigam a ver o mundo e a vida a partir de outras perspectivas, abrem novos horizontes à liberdade e levam à conversão. E se nos colocam graves problemas éticos, elas têm, sobretudo, como objectivo principal, fazer-nos penetrar nos mistérios do Reino de Deus que tem origens muito modestas e simples, pouco ou nada perceptíveis, e irrompe, para todos, graças à iniciativa e acção radicalmente gratuita de Deus. A salvação não depende dos méritos pessoais nem do rigoroso cumprimento da lei, como S. Paulo bem o ilustrou. Depende sim da bondade e da misericórdia que Deus oferece em Jesus. E as vias de acesso à salvação são a fé, a confiança, a abertura humilde à acção de Deus, a confissão dos próprios pecados e o acolhimento agradecido do Reino, que é graça, acolhimento da salvação que nos é oferecida gratuitamente[8].
A reunião à mesa antes da Páscoa faz com que os discípulos de Jesus O reconheçam como Salvador, com uma fé soteriológica. Após a Páscoa, a memória e releitura dessa convivialidade conduz a comunidade cristã a uma autêntica conversão cristológica a Jesus. A Páscoa foi a hora do triunfo e foi também o dia em que foram celebradas as núpcias indissolúveis entre Cristo e a sua Igreja.
A segunda parte do evangelho é um convite à reflexão de todos os que aceitaram o convite. Todos foram convidados para o banquete, mas o detalhe da veste nupcial personaliza e responsabiliza cada membro, capacitando-o para a entrada no banquete messiânico. Não basta ser baptizado e ter consciência de pertença à Igreja. Se cada um de nós não for fiel à lógica do Evangelho, se não se apresentar com a veste nupcial da aliança, a veste branca da graça, que é Cristo em nós, com tudo aquilo que ela significa e implica de dinâmica e tensão sadia, não participará da alegria messiânica tal como os primeiros convidados do Evangelho que não tendo fome nem sede de justiça, não quiseram abandonar as próprias seguranças materiais e recusaram o convite arranjando desculpas. Mas o que é certo é que o Banquete do Reino está preparado. E embora os pobres tenham preferência, todos continuam a ser convidados e ninguém é excluído a não ser aqueles que se excluem a si próprios.
Os primeiros encarregados de levar o convite são os profetas do Antigo Testamento, até João Baptista. Estes cumpriram a missão de preparar Israel para receber Jesus como Messias. O último grupo representa os apóstolos e todos nós, os baptizados[9].
E se esta parábola é um convite a que todos aceitemos participar, desde já, no banquete com o verdadeiro traje nupcial que é a Caridade e as Obras de Misericórdia[10], ela é também um convite a que saibamos abrir o coração e a porta das nossas comunidades, a todas as pessoas, seja qual for a origem e as suas circunstâncias existenciais. Mais ainda: a parábola é também forte interpelação para todos nós como enviados a chamar. Que espécie de chamamento fazemos, se o fazemos; ao encontro de quem vamos, se vamos; com que zelo persistimos, se persistimos; que rosto de Deus transmitimos, se é que não falamos mais de nós e das nossas opiniões do que d’Ele; com que alegria e entusiasmo fazemos o convite para que ele seja aceite e vivido em ambiente de alegria e festa? Será que deixamos transparecer a serenidade e a paz que Cristo é, dá e garante, ou vivemos num activismo frenético de fazer fugir e encostar quem nos vê passar? Que género de comunidade é a nossa, se é que construímos e temos comunidade? Como vivemos a comunhão “que encarna e manifesta a própria essência do mistério da Igreja”?
João Paulo II, na Carta Apostólica Tertio Millennio Ineunte – À Entrada do Novo Milénio – afirmava que fazer da Igreja a casa e a escola da comunhão é “o grande desafio que nos espera no milénio que começa, se quisermos ser fiéis ao desígnio de Deus e corresponder às expectativas mais profundas do mundo”.
“Que significa isto em concreto?”- Perguntava o Santo Padre que logo respondia: “Também aqui o nosso pensamento poderia fixar-se imediatamente na acção, mas seria errado deixar-se levar por tal impulso. Antes de programar iniciativas concretas, é preciso promover uma espiritualidade de comunhão, elevando-a ao nível de princípio educativo em todos os lugares onde se forma o homem e o cristão, onde se educam os ministros do altar, os consagrados, os agentes pastorais, onde se constroem as famílias e as comunidades. Espiritualidade de comunhão significa, em primeiro lugar, ter o olhar do coração voltado para o mistério da Trindade, que habita em nós e cuja luz há-de ser percebida também no rosto dos irmãos que estão ao nosso redor. Espiritualidade da comunhão significa também a capacidade de sentir o irmão de fé na unidade profunda do Corpo místico, isto é, como “um que faz parte de mim”, para saber partilhar as suas alegrias e os seus sofrimentos, para intuir os seus anseios e dar remédio às suas necessidades, para lhes oferecer uma verdadeira e profunda amizade. Espiritualidade de comunhão é ainda a capacidade de ver, antes de mais nada, o que há de positivo no outro, para o acolher e valorizar como dom de Deus: um “dom para mim”, como é para o irmão que directamente o recebeu. Por fim, espiritualidade da comunhão é saber “criar espaço” para o irmão, levando “os fardos uns dos outros”[11]e rejeitando as tentações egoístas que sempre nos ameaçam e geram competição, arrivismo, suspeitas, ciúmes”. E terminava o Papa afirmando: “Não haja ilusões! Sem esta caminhada espiritual, de pouco servirão os instrumentos exteriores de comunhão. Revelar-se-iam mais como estruturas sem alma, máscaras de comunhão, do que como vias para a sua expressão e crescimento”[12].
Caros fiéis e amigos Diocesanos de Portalegre – Castelo Branco, aqui estou: eu e as minhas circunstâncias.
Venho da raia minhota que me permitia comer em casa e ir, se assim o desejasse, tomar café, a pé, ao estrangeiro, por entre castelos, muralhas e guaritas fronteiriças que por lá testemunham, de um lado e do outro, aqui e ali, de forma altaneira, vistosa e afoita, as inimizades que existiam entre os pais de antanho destes namorados sem fim.
Assim versejou o poeta João Verde:
“Vendo-os assim tão pertinho
A Galiza mail’o Minho
São como dois namorados
Que o rio traz separados
Quase desde o nascimento!
Deixal’os, pois, namorar,
Já que os pais para casar
Lhes não dão consentimento”.
E venho desta raia minhota para estoutra, mais distinta e distante, que José Régio, à míngua de ver o seu querido mar de Vila do Conde, viu este Alentejo “Oceano de ondas de oiro”[13], de “Serras deitadas nas nuvens”, de “Campos verdes e amarelos, salpicados de oliveiras”, aqui, onde ele tinha na sua casa “tosca e bela”
“Uma pequena varanda
Diante duma janela.
Toda aberta ao sol que abrasa,
Ao frio que tolhe, gela
E ao vento que anda, desanda,
E sarabanda, e ciranda
De redor da minha casa,(…)”[14].
Reconheçamos, no entanto, que há entre as duas dioceses do Minho – Braga e Viana do Castelo – e esta de Portalegre-Castelo Branco, pelo menos duas coisa em comum: todas têm os seus encantos e todas têm gente boa, com ideias, projectos e o desejo de superação constante por entre a teimosia de uma vida dura e pouco facilitada.
S. Paulo, a que já nos referimos na segunda leitura desta celebração, escreve da cadeia de Éfeso aos Cristãos de Filipos, que aceitaram o convite do Senhor e viviam na dinâmica do Reino. Era uma comunidade generosa, solidária e atenta aos mais necessitados. E também quiseram partilhar os seus bens com S. Paulo que se sente comovido pelo gesto e revela os sentimentos de profunda amizade que o prendem àquela comunidade sem ocultar as contrariedades e privações que teve que suportar para anunciar a Pessoa e a mensagem de Jesus Cristo por toda a parte. E, em jeito de quem agradece, recorda-lhes que sabe viver na pobreza e sabe viver na abundância. Que em todo o tempo e em todas as circunstâncias aprendeu a viver desafogadamente e a padecer necessidade. E concluía: “Tudo posso naquele que me conforta”. Em Cristo ele encontrava a força e a coragem para tudo superar no meio das adversidades da sua vida apostólica.
Neste momento, sem me querer comparar a S. Paulo, apetece-me dizer-vos como ele: também eu aprendi a viver sem exigências. Sempre me fui adaptando às circunstâncias e às pessoas que a diversidade das tarefas e das terras me foram impondo. E também sempre senti a gratidão das pessoas com quem trabalhei, que amei e servi. Confiando, sempre senti a lealdade e a amizade das mesmas e sempre partilhei tarefas e responsabilidades, secundarizando a minha acção para fazer valer mais a minha presença amiga e discreta, assumida e persistente, a estimular e valorizar o trabalho de todos quantos colaboravam comigo na diversidade dos serviços que me foram sendo confiados.
E sempre entendi – e percebi! – que uma acção pastoral que não nasça da paixão por Cristo e pelo seu Povo, ou se reduz à mera celebração de culto apressado e de relacionamento frio com as pessoas, ou não passa de mera agitação social que cansa e enerva, leva ao funcionalismo que se ocupa, olha e contempla ao grande espelho das iniciativas pontuais, talvez pessoalmente gratificantes para quem as promove, mas pouco ou nada evangelizadoras. Quando assim se actua, talvez se tenha perdido o sentido da missão. E, com certeza, o Espírito Santo ou passou para segundo plano ou já foi esquecido e substituído. Dá a impressão que, para dentro das quatro linhas deste grande e importante jogo da vida, Ele não foi convocado.
E assim é que não vai nada!
Ele é o verdadeiro protagonista da evangelização!
Não podemos permitir-nos – a todos nós: Bispos, Padres, Diáconos, Consagrados e Leigos – que a rotina nos assalte e domine, e nos faça esmorecer ou desviar do essencial. Esta possível acomodação, que, aliás, é sempre uma ameaça, pode ter os seus custos: em vez de humildes servidores do Senhor nos irmãos, poder-nos-emos tornar em donos e senhores ensoberbecidos da Sua vinha, escravizando, tolhendo, desprezando, julgando, condenando e seleccionando com os critérios da simpatia e amizade, que nos fazem perder a autoridade e a dimensão profética da missão.
Eu sei que é fácil alguém apaixonar-se, até por um projecto ou por uma causa, sobretudo na primavera da vida, idade de todos os sonhos e opções dinamizadoras do presente e do futuro. Sei, porém, que é muito mais difícil manter-se apaixonado. Mas esse é o desafio e o segredo do êxito pastoral, e até do êxito pessoal, profissional e familiar. E este desafio tem os seus caminhos de concretização que não deixam morrer o ardor e o entusiasmo da primeira hora. Alguns desses caminhos são comuns a todo e qualquer projecto de vida. No campo pastoral, porém, todos reputamos como importantes: o estudo e a reflexão da Palavra de Deus, a força da oração individual e comunitária, a dinâmica sacramental, a “fantasia da Caridade”, a inserção dialogante e activa na comunidade, a formação permanente e a leitura, à luz da fé, dos acontecimentos que nos chegam, de todos os lados, pelos carreiros e atalhos, pelas diversas estradas e auto-estradas da comunicação social. Enfim, tudo se reduz, no fim de contas, a uma verdadeira e sustentada espiritualidade da comunhão, capaz de gerar seriedade cristã, dinâmica eficaz e compromisso inadiável, para dentro da Igreja e para fora: no mundo da política, da actividade associativa, da cultura, das artes, da vida social, da família, da profissão, enfim, de todas as realidades terrenas que devem ser cristificadas pela presença dos cristãos que se prezam de o ser e agem em consequência com as suas convicções cristãs.
Sei também que podemos esquecer ou distorcer os caminhos que vão de encontro aos predilectos do Senhor, negando-lhes os direitos humanos mais fundamentais. É fácil sentar o pobre à mesa e dar-lhe o peixe. É bonito. Pode trazer dividendos de vária ordem e até ser conveniente para o espectáculo. Mas também sei que se é fácil sentar o pobre à mesa, é muito mais difícil sentar-se à mesa do pobre, sentir e sofrer com ele no silêncio discreto de quem ama e, aí, ter tempo para ele, perceber a sua fome e sede de justiça, ouvi-lo até ao fim e, se for o caso, ensiná-lo a pescar e garantir-lhe o direito de o fazer em liberdade, sem medo nem complexos, no respeito pela sua dignidade, com direitos e deveres e com vocação à felicidade. Este serviço implica em quem o faz o despojamento de si próprio, a pobreza interior. E pobres dos pobres se não fossem os pobres. Os ricos, que surgem de todos os quadrantes, sem excepção, incluindo cristãos, prometem e voltam a prometer… Os pobres, esses dão e dão-se sem demora. Este é, com certeza, o maior e principal desafio para uma igreja serva e pobre que sabe que, para ser credível, tem de viver de toalha à cinta, amando e servindo, de forma criativa, concreta e libertadora. O resto é demagogia! É mero entretenimento de novos fariseus para sossegar consciências endurecidas em paz podre e provocar que os pobres continuem ao léu, despidos da sua dignidade e sem força para a reivindicar. Como sacramento de Deus, como Cristologia viva, a opção pelos pobres é o sinal evangelizador mais visível que a Igreja pode exibir. Está no cerne da vida cristã e apresenta-se como sinal inconfundível do seguimento de Jesus Cristo que afirmou: pelo amor “todos conhecerão que sois meus discípulos”[15]. Se não se considera o serviço da caridade como parte constitutiva da nova evangelização e da pastoral de toda a comunidade, não só falha o serviço, como também falha a evangelização que se converte em palavra vazia; e falha também a liturgia que se converte em “culto ao culto” ou “culto ao rito” como expressão de egoísmo pseudo religioso ou meramente estético[16]. A Comissão Nacional de Justiça e Paz, bem como as Comissões Diocesanas e outras Entidades eclesiais e civis, não se cansam de nos pôr a pensar, e bem, sobre a questão da pobreza em Portugal. Entre as preocupações dos responsáveis pela Comissão Nacional de Justiça e Paz estão a falta de uma consciência esclarecida acerca das causas geradoras da pobreza e uma motivação colectiva forte para as ultrapassar. Afirmam que é preciso desmontar preconceitos e dar a voz aos pobres e colocar a erradicação da pobreza no centro das políticas públicas e ocupar a devida visibilidade e consistência nas propostas dos programas das várias forças políticas[17]. Não duvido que esta preocupação esteja sobre a mesa da gente de bem que são os nossos governantes e políticos. A preocupação já é muito importante, sem dúvida. Mas, muito mais importante, mais útil e mais eficaz que a preocupação é a verdadeira ocupação em resolver as situações de amargura que, no terreno, começam a fazer doer a alma por dentro e por fora. A Igreja, porém, de uma maneira geral e dentro da sua Doutrina Social, embora também possa bater com a mão no peito por não ter sabido fazer mais e melhor, não tem fugido às suas responsabilidades mesmo que às vezes perceba o olhar vesgo e demasiadamente intrometido de quem saberá muito, mas não é capaz de fazer mais e melhor. Mas também o que importa não é quem faz mais ou quem faz menos. O que realmente interessa é que os pobres sejam servidos e se sintam amados. Que se ajudem no que eles precisam e se lhes rasguem caminhos ou criem condições para que vivam com dignidade e se lhes dê oportunidade de valorizarem o seu capital humano e de participarem na construção da comunidade.
Escolhi para o meu lema episcopal uma frase de S. João Baptista: “importa que Ele cresça…”[18]. Sim, é necessário que Ele cresça e eu diminua, dizia S. João referindo-se a Cristo. Sem abdicar do lugar que o exercício do ministério me impõe, esse lema que assumi tenho-o feito valer também no meu relacionamento com todas as pessoas com quem tenho vivido e trabalhado e quero continuar a fazê-lo. Que eu diminua e cada um de vós cresça em Cristo com entusiasmo e alegria para que a nossa Diocese seja uma verdadeira escola e casa da comunhão, toda ela missionária e de rosto materno.
Diz a tradição, que Santo António, Padroeiro desta Diocese e em cujo dia litúrgico também eu fui ordenado Sacerdote na Sá Catedral de Braga, se voltou para os peixes quando os humanos recusaram ouvir a Palavra de Deus. Neste Ano Paulino, com a intercessão e o estímulo do Padroeiro, em comunhão com o Santo Padre e todo o Colégio Episcopal que neste momento tem os seus delegados a reflectir, em Sínodo, sobre a Palavra na vida e missão da Igreja, iremos rezar e trabalhar para que toda a Diocese se abra de uma forma muito especial à Palavra de Deus e continue a sua caminhada de fé, com alegria e esperança, em conformidade com a programação já pensada, assumida e em andamento.
Que S. Miguel Arcanjo, orago da Sé Concatedral de Castelo Branco, nos ilumine para que a nossa maneira de anunciar e agir seja consequência desta verdade firme em que acreditamos e leve os outros a exclamar: “Quem como Deus”?
Contemplando Maria, invocada nesta Sé Catedral como Nossa Senhora da Assunção, continuemos a aprender o seu jeito sereno de contemplar em silêncio fecundo e de sermos sacrários de Seu Filho Jesus e de cada pessoa, sobretudo dos mais necessitados que quero eleger como os predilectos do meu ministério pastoral.
Que Deus nos ajude e abençoe.
Portalegre-Castelo Branco, 12 de Outubro de 2008.
Antonino Eugénio Fernandes Dias
Bispo de Portalegre-Castelo Branco
[1] Cf. Mt 21, 23-46
[2] Cf. Mt 21, 28-32
[3] Cf. Mt 21, 23-43
[4] Cf. Felicísimo M. Díez, Crer em Jesus Cristo, viver como cristão – cristologia e seguimento, Ed. Gráfica de Coimbra, págs. 586..
[5] Cf. Jo 2, 1-12
[6] Cf. Mt 26, 26-29; Mc 14, 22-25; Lc 22, 19-20; Jn 13, 1-30
[7] Mt 9, 12-13
[8] Cf. José Antonio Pagola, Jesus – uma abordagem histórica, Ed. Gráfica de Coimbra, pp.115-152
[9] Cf. Fernando Armellini, o Banquete da Palavra, Ano A, Ed. Paulinas.
[10]Cf. Mt 25
[11] Cf. Gal 6,2
[12] João Paulo II, Carta Apostólica À Entrada do Novo Milénio, 4
[13] José Régio, Fado Alentejano
[14] Cf. José Régio, Toada de Portalegre
[15] Jo 13, 35. Cf. José Dias da Silva, Em nome de Jesus Cristo, Ed. Paulinas, pag. 114
[16] Cf. Pedro Jaramillo Rivas: Caritativa e Social, in Diccionário de Pastoral y Evangelización, Ed. M. Carmelo, 2000, pp. 145-155
[17] Cf. Manuela Silva, Dos gestos solidários às políticas nacionais, in Rev. Fátima Missionária, Outubro de 2008
[18] Jo 3, 28-30